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- Comissão nº5 da Engenharia Militar. ----------------->> Cuiabá-Rio Juruena, 500 km, dos quais 300km já trafegáveis.
- CCBE - Cia Construtora Brasileira de Engenharia. --->> Rio Juruena-Barracão Queimado, 158 km.
- Construtora Triângulo S/A. ---------------------------->> Barracão Queimado-Vilhena, 104 km.
- Construtora Camargo Correa. ------------------------->> Vilhena-Pimenta Bueno, 200 km, já em plena selva.
- Empresa Nacional de Contruções Gerais. ------------>> Pimenta Bueno- Porto Velho, 510 km (ver a seguir).
- CIB - Construtora Industrial Brasileira S/A. ---------->> (Pimenta Bueno-Porto Velho).
- SERMARSO - Sergio Marques de Sousa. ------------>> (Pimenta Bueno-Porto Velho).
- Viatécnica S/A. ----------------------------------------->> (Pimenta Bueno- Porto Velho).
Na fase final, quando as dificuldades financeiras e as chuvas haviam praticamente paralisado as obras, um novo grupo destemido, incentivado pelo Governador Paulo Leal, realizou a proeza que permitiu caracterizar a estrada como ABERTA, portanto, irreversível. Uma caravana de 7 caminhões e 1 jeep saiu de São Paulo em 28/out/60 e, seguindo pelo leito recém aberto da BR-29, chegou festivamente a Porto Velho na noite de 28/dez/60, 60 dias depois. Diferentemente da viagem do Bandeirante de um ano antes, nesta não houve trecho fluvial nem ferroviário, os veículos "rodaram" o tempo todo (mesmo que arrastados). Naquele momento, cerca de 100 km dentro de Rondônia, na região arenosa de Pimenta Bueno, eram nada mais que uma simples trilha, sómente transponível graças ao apoio especial dado pelas empreiteiras, que destinaram inclusive tratores especificamente para garantir a passagem do comboio.
Repito aqui palavras do Coronel Paulo Leal: "em toda a história rodoviária brasileira foi (a construção da BR-29) o mais empolgante e o maior dos feitos. E não tenho notícia de nenhum outro que o tenha igualado em qualquer parte do mundo".
Ora! 11(onze) meses antes não haviam sequer estudos para sua execução, e nem se cogitava realizá-los. A planície amazônica tinha guardadas muitas surpresas para os construtores, uma delas, o grande volume de movimento de terras em cortes e aterros, insperados numa planície.
Nos 3 (tres) primeiros meses após a decisão presidencial, lutou-se para vencer dificuldades legais, burocráticas, administrativas, e a má vontade de muitos. Contratou-se um enorme contingente humano e deslocou-se um enorme conjunto de máquinas pesadas, transportando-os até onde ainda não se podia chegar. Segundo Paulo Leal, havia quem perguntasse "a que planeta pertencia Porto Velho ?", ou que afirmasse que Rio Branco ficava "a cinco minutos do por-do-sol". Eram os incrédulos de carteirinha, parodiando Nelson Rodrigues.
Nos oito meses restantes, do Rio Juruena(MT) a Rio Branco (AC), abriram-se cerca de 1.300 km de novos caminhos; foram desmatados mais de 700 km, com 60m de largura, na Floresta Amazônica virgem; escavados mais de 6 milhões de metros cúbicos de terra; implantados cerca de mil bueiros; construídas dezenas de pontes de madeira; etc..., etc...
Era o seguinte, o desenvolvimento da ligação Brasília-Acre:
BR-14 | Brasília - Anápolis | 140 km |
Anápolis - Goiânia | 60 km | |
BR-19 | Goiânia - EntroncamentoBR-31 | 313 km |
BR-31 | Entroncamento BR-19 - Cuiabá | 775 km |
BR-29 | Cuiabá - Rio Juruena | 543 km |
Rio Juruena - Vilhena | 277 km | |
Vilhena - Porto Velho | 687 km | |
Porto Velho - Abunã (*) | 220 km | |
Abunã - Rio Branco | 291 km | |
Total | Brasília - Rio Branco | 3.306 km |
Este é um pequeno resumo dos "11 meses que abalaram Rondônia". Depois deles esta terra nunca mais foi a mesma. Por vezes, ao longo de quase duas décadas, a estrada fechava. Intransitável no longo período das pesadas chuvas que caem sobre a região de novembro a abril. Atoleiros e areais imensos retinham por semanas os caminhoneiros que insistiam, nunca desistiam, e, tão logo o sol forte e abrasivo trazia as nuvens quase inpenetráveis de poeira no leito de barro, lá estavam novamente rodando.